quinta-feira, 9 de julho de 2009

Quem comeu a metade de minha laranja?

Adorava ler “Quem mexeu no meu queijo” motivado pelo teor de auto-ajuda. E tal qual rato de biblioteca, passei a buscar queijos aqui e ali, faminto e insaciável. Com certo fastio de tanto queijo, passei a buscar novas provisões e percebi a enorme procura, notadamente no espaço cibernético, não por queijos, mas por metade de uma laranja.

Impressionado por esta compulsão ao consumismo de relacionamentos descartáveis, onde a diferença entre as teclas ENTER, DELETE e EXIT é apenas um CLICK de um MOUSE, ao ADD alguem em meu PROFILE. Ou seja, meu coração cibernético está a mercê de uma virtual paixão virtu@l, cheia de estrangeirismo.

Impressionante com as paixões virtuais ditam moda, conceitos e impoem regras de vida e tudo aparentemente de forma inócua, enquanto paixão. Quando não mais as cicatrizes viram tatoos visíveis e feias.

Mas afinal... “-Onde está a metade de minha laranja ? E quem a comeu?” Opa....metade? Porque me contentar com metade, se posso te-la inteira?

La atrás, muito tempo atrás, éramos seres angelicais andróginos, e não tínhamos o hábito de discutir o “sexo dos anjos”.
Consequentemente não tínhamos nada para comer. Nem pensar em comer a metade da laranja.
Ao passarmos pelo episódio da queda ( Ah, garanto que já ouviu falar da queda dos anjos) passamos de seres indivisíveis e autofecundáveis, a duas formas, à saber: a masculina e a feminina. Desde então, procuramos compulsivamente a nossa “alma-gêmea”, a metade da laranja, a tampa de nossa panela, o chinelo velho, ou qualquer adjetivo que venha completar o que nos falte. E de forma insconsciente, projetamos no “outro” a responsabilidade por nossa felicidade.

Afinal, só a metade de minha laranja é capaz de me tirar do limbo do ostracismo sentimental e me fazer feliz, não é verdade? Será culpa do “outro” se eu não for feliz! ?
Mas, pensando bem, é melhor metade de uma laranja, que uma mação inteira.
Afinal, tudo começou com uma maçã!

Tony Scostt